Roda-vida
- novetresfoco
- Sep 27, 2016
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A primeira coisa que vem a cabeça quando pensamos em bambolê é infância. Mas a magia do circo faz qualquer um rodar num instante. A rua estava uma festa, onde o público também se permitia fazer parte do picadeiro. Tinha os pequeninos, encantados com as cores e por si só com o movimento daquele novo e grande arco, outros levavam tanto jeito com o bambolê que já poderiam largar tudo e ir embora com o circo. Cachorros passeavam tentando entender o que acontecia, comerciantes colocavam a cabeça para fora das lojas com olhares curiosos sobre aquela multidão.
Liz Monteiro, que orquestrou um Oficinão de Bambolê no Encontro de Palhaços, pediu para transferir a oficina do Jardim para a rua, em frente à praça. “Eu amo arte de rua. É um espaço amplo, aberto e cabe todo mundo. Quando é na rua mesmo, é lindo.” Com bambolês nas mãos, crianças e adultos de todas as idades se revezavam nas instruções e brincadeiras.
Liz também é palhaça e seu nome já foi “Resistência”, origem de um estilo artístico mais punk e ativismo político da personagem. Liz optou por criar uma ideia de musa, algo parecido com sua essência, que seria “ser super atrapalhada, mas que também tenta ser uma diva." A artista comenta sobre o bambolê enquanto arte de rua e que na cidade vizinha, Belo Horizonte, existe o Coletivo Bambo BH, onde meninas se encontram uma vez por mês em pontos diferentes da cidade para movimentar a cena artística das ruas belorizontinas.
Ah, se ao invés de carros e motos nas ruas existissem bambolês, pernas de pau, cores e festa. Seria mais roda mundo, roda gigante, roda moinho e roda pião. Seria mais roda-vida. Quem anda com circo nada contra a corrente, é gente de luta. Gente que em um instante dá voltas em seu coração.
Oficinão de Bambolê, com Liz Monteiro (MG)
25 de setembro, Praça Gomes Freire - MG
Texto: Janaína Oliveira
Foto: Débora Mendes
Revisão: Duda Carvalho
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