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De onde vem tanta magia?

  • novetresfoco
  • Sep 25, 2016
  • 2 min read

Erguida sob a tenda estava um híbrido de criado-mudo e laboratório de ideias, feito de uma miscelânea de objetos. Formas diferentes vindas dos cantos mais fantásticos do mundo aos olhos infantis. Parecia fruto de viagens mil de um alquimista. Esse era o único elemento que compôs o cenário de “Molavin”, peça apresentada pelo ítalo-argentino Tato Villanueva. Pendurados ou guardados em uma caixa, estavam todos os elementos mágicos que compuseram o espetáculo, exceto um: o poder do palhaço de quebrar a barreira linguística e usar a linguagem corporal como voz, componente que passeava da caixola imaginativa para fora.


Não que a peça tenha sido muda, muito pelo contrário. Tato arranhou o português e até cantou ópera. É que, mesmo que não soubesse uma só palavra do idioma, teria contagiado o público da mesma forma. As gargalhadas despontaram naturalmente, estimuladas pela força dos movimentos e expressões de Tato. O rebolado constante para equilibrar o bambolê ganhou a atenção de crianças e adultos. Já as brincadeiras com os bumerangues fizeram todos se contorcer em busca do objeto que cortou o céu da Praça da Sé. À medida que Tato mostrava seus talentos, Maísa, de 8 anos, ficou espantada. “Como ele pode fazer isso?!”


Conduzida pelo ritmo alucinante do espetáculo, a plateia demonstrou sintonia com as séries de objetos manipulados por Tato e sua habilidade de fazê-los parecer mágica. Assim, relação entre público e artista virou uma onda de energia, que correu pelos espectadores em forma de “ola”. Para Tato, o palhaço é a ferramenta para se comunicar com todos os públicos sobre diferentes temas. Além de magia, “Molavin” traz reflexões sutis sobre a busca pela realização dos sonhos. O assunto pode ser sério, mas no mundo de cores e combinações exóticas da atração, fez parte da brincadeira.


A influência do teatro de rua clássico faz da receptividade do público fundamental para que a peça flua. Quanto a isso Tato não teve problemas, ouviu pedidos de “mais um” e recebeu das crianças uma chuva de abraços ao final. Em troca, os pequenos puderam checar um pouco da fantasia contida na caixa de pandora do artista, aquela mesma que ainda não definiu sua forma. Curiosa entre as outras crianças estava Maísa, procurando na caixa-mala-laboratório uma explicação para tanta magia.


Tato Villanueva (ITA) - "Molavin"

23 de setembro de 2016 - Praça da Sé, Mariana - MG


Texto: Mariana Viana

Foto: Lais Stefani

Revisão: Duda Carvalho

 
 
 

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