Graça e sensibilidade
- novetresfoco
- Sep 24, 2016
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Na porta dos quartos, o “bom dia” soava feito música. Com alguns acordes de ukulele, a alegria irradiante de Tatuí e Couve Flor com “Intervenções Lúdicas” ecoou nos corredores da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto. Vindos do Rio de Janeiro, o casal de palhaços é membro da Cia. Sapato Velho, e traz como missão levar sorrisos espontâneos e carinho aos pacientes e funcionários de hospitais. Para os artistas, a graça, o sorrir e o fantasiar devem abraçar à todos, inclusive os profissionais que, com carinho, cuidam desses espaços.
“É aqui que tem café de graça?”, brinca Tatuí na portaria do hospital. Ali, o ambiente já parecia mais leve, recheado da presença divertida e sensível dos dois - e é com sensibilidade que Couve Flor e Tatuí executam sua arte. Em cada quarto, um pedido de permissão era feito, com todo o carinho e cuidado, acompanhado por musiquinhas e passos desengonçados.
Esse modelo de trabalho e expressão é o que Tatuí chama de “dentro para fora”. “Chego com o instrumento, com brinquedos, mas só faço (a peça) com o que as pessoas me dão”, explica. Nessa processo, a receptividade e a permissão dos participantes é fundamental para que as ações dos palhaços não se torne invasiva, dado o local com o qual visitam.
O método foi desenvolvido através de pesquisas e experiências. Há cinco anos buscando sorrisos, Couve Flor e Tatuí contam que a semente de tudo envolve ética, cuidado e amor. “Nossa missão é o amor, é transbordar o afeto entre as pessoas”, afirmam. Após quase duas horas de gargalhadas, o hospital fez-se mais ensolarado, cheio de sementes regadas com muita atenção e ternura, capazes de fazer reavivar a árvore interior de cada um presente ali.
Cia Sapato Velho (RJ) - "Intervenções Lúdicas"
23 de setembro de 2016 - Santa Casa de Ouro Preto - MG.
Texto: Mariana Viana
Fotos: Agliene Melquíades
Revisão: Duda Carvalho
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