Amor de sorte
- novetresfoco
- Sep 24, 2016
- 2 min read

- Eu queria ser roqueiro, Dona Lele!
- Não, Trevolino! Você é palhaço! Vamos começar!
Dona Lele, “a patroa do circo”, tentava controlar o palhaço Trevolino, que improvisava uma música de Rock and Roll ao invés de iniciar o espetáculo com o tradicional “respeitável público!”. Até que eles decidissem a confusão, as crianças gargalhavam na escola do bairro Ouropretano Padre Faria. Até mesmo os professores pareciam deixar a criança dentro de si florescer, hipnotizados pelas estripulias e palhaçadas.
Trevolino da Silva Sorte, como o palhaço se apresenta, carrega no pescoço um trevo de quatro folhas, presente de uma história valiosa que a vida lhe deu. “Descobri que a minha missão é distribuir amuletos da sorte pela vida.” O palhaço, que saiu de São Paulo pedalando pelo país com uma malinha em mãos, encontrou em Brasília uma parceira nas palhaçadas e também no amor.
Os palhaços se conheceram em 2013. Na época, Dona Lele cursava arquitetura na capital, mas decidiu que a construção de uma artista era mais importante do que prédios e suas projeções. E assim, Trevolino e Dona Lele criaram no ano seguinte a Cia da Sorte. Mas se engana quem pensa que eles estão sozinhos nessa aventura. O terceiro integrante da trupe, porém não menos importante, é o fusquinha 64, que acompanha e faz parte de toda essa trajetória.
Juntos, os três percorreram nada mais, nada menos que 50 cidades brasileiras. Foram de São Paulo até o Rio Grande do Norte e desceram por todo interior nordestino, passando por cada cidadezinha, distribuindo amor e muitas risadas. O fusquinha, que abriga todos os equipamentos da equipe, parece conter um mundo próprio, e para os palhaços, até vida própria. “Quarto duplo, de casal?” Eles dispensam! Preferem uma garagem, dormem em cima do fusquinha mesmo. Muitas histórias, belas e sinceras vivências. Um divertido e inesquecível triângulo amoroso. Isso que é ter sorte na vida. Amor de sorte.
Cia da Sorte (DF) - "Segura, mamãe!"
23 de setembro de 2016 - Escola Municipal Professor Hélio Homem Faria, Ouro Preto - MG.
Texto: Janaína Oliveira
Foto: Tainara Torres
Revisão: Duda Carvalho
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